A segunda parte de uma série de artigos de Robert Brands discute a necessidade e a importância de correr riscos para alcançar Inovações bem sucedidas. Devido à elevada taxa de insucesso, as organizações que buscam a prática da Inovação devem ter uma tolerância para o fracasso. O material é baseado em 25 anos de experiência prática no espaço de Inovação e no livro “Robert’s Rules of innovation”.
O jogador All Star Joe Mauer do Minnesota Twins liderou a Major League Baseball em 2009, com uma média de rebatidas elevada de 0,365. Em segundo lugar, ficou o surpreendente Ichiro Suzuki, do Seattle Mariners, rebatendo 0,352. Isto significa que Mauer falhou 62,7 por cento das vezes. Ichiro falhou 64 por cento das vezes. Mas o fracasso não é o que eles estão pensando quando estão no campo. Eles têm um plano para executar e treinam a sua qualidade no bastão.
Da mesma forma, há um índice de sucesso quando se trata de Inovação. Um exemplo recente: um estudo sobre o negócio de mercearia (www.allbusiness.com) estimou a taxa de sucesso para introdução de novos produtos a 1:100. Um por cento. O apetite de uma empresa por falha durante tempos de dificuldades financeiras pode murchar com a percepção de que a Inovação significa – superar a incerteza.
Thomas Edison levou 6.000 tentativas para aperfeiçoar e chegar à lâmpada incandescente.
Nem toda ideia pode, ou vai, ser uma vencedora. Nem todo momento Eureka! dá certo. Consequentemente, a Inovação – e os orçamentos para apoiá-la – tornam-se alvos grandes, gordos e suculentos. Líderes da Inovação organizacional devem ter, e incentivar, uma tolerância ao fracasso e entusiasmo para a tomada de risco.
Sem risco, não pode haver Inovação. Em um ambiente econômico difícil, a vontade de assumir riscos – dado o custo do fracasso – pode murchar. Mas não se pode puxar o plugue de uma ideia muito cedo.
O medo do fracasso pode matar a Inovação.
Uma parte essencial deste diálogo é o elemento de confiança. Na minha experiência, as equipes desempenham melhor quando eles confiam que a falha não resultará em medidas punitivas. O medo do fracasso pode matar a Inovação. Sua equipe vai ter medo de agir, decidir, seguir em frente e fazer o trabalho que é capaz de fazer. Estagnação.
Lembre-se, também, que novas ideias e tecnologias levam tempo para gestar no mercado e criar raízes com os usuários finais. Os carros híbridos? Como eles teriam se saído no final da década de 1990, quando a energia era relativamente barata e SUVs reinavam nas estradas da América?
E, ao mesmo tempo, o cabelo da gestão fica cinza e os dedos se contorcem, esperando para puxar a tomada nesta última criação. Mas eu me lembro da experiência que tive com sabonete de espuma para as mãos, que introduzimos em 2000 e foi bastante plano no mercado por mais de três anos, até que vários clientes-chave realmente entenderam o conceito e empurraram com força, em uma variedade de sub-segmentos da indústria.
Experimentação + Risco (+ Falha) = Melhoria do Ambiente para a Inovação
Thomas Alva Edison foi um fracasso. Foi dito que ele “voltou para a prancheta de desenho” mais de 6.000 vezes antes de encontrar a planta certa para produzir um filamento carbonizado por sua lâmpada incandescente.
Seis mil vezes. Você tem esse tipo de perseverança inovadora?
Tem sido dito que o Risco + Experimentação (+ Falha) = Melhoria do Ambiente para a Inovação. Dito de outra forma, Inovação = Criatividade x Risco.
A Inovação é um experimento das chances. Ela exige uma cultura de risco, oportunidade e desafio. Além disso, para que uma organização se beneficiar da Inovação, os líderes e membros da equipe devem igualmente aceitar – e crescer a partir de – fracasso.
Ao invés de ver fracasso como inerentemente ruim, a Inovação bem sucedida requer que os executivos e as equipes se comprometam a aprender com cada experiência que deu errado – e incorporem esses ensinamentos para a próxima empreitada.
Os sucessos e fracassos de experimentação da Inovação perpetuam Inovação. Quando as estratégias estão surgindo, os inovadores testam suas hipóteses e coletam informações para continuar em frente com suas ideias. Se a inovação é um produto de consumo, um aplicativo de software, ou um processo interno de uma empresa existente ou de uma estratégia de fluxo de trabalho, a questão permanece: Como a ideia ressoará com o usuário ou público-alvo? Quais custos são razoáveis? Pode o público (consumidores, produtores, funcionários) ser convencido a mudar hábitos bem estabelecidos para abraçar O Novo?
Sem risco, não pode haver recompensa.
Por causa de uma elevada taxa de insucesso, as organizações que buscam a prática da Inovação devem ter uma tolerância para o fracasso. Nem toda ideia vai ganhar. Mas cada falha deve ser percebida como valiosa no processo de tentativa e erro conforme uma equipe busca a melhoria. A tolerância para o fracasso deve ser incentivada, bem como o entusiasmo para assumir riscos. Sem risco, não pode haver recompensa.
Aqui estão alguns passos simples para estimular a iniciativa e Inovação:
- Perfis em Risco: Comunicar claramente o perfil de risco que você está pedindo para suas pessoas adotarem e as razões pelas quais é importante para o sucesso da organização.
- Gestão de Falha: Nunca permitir que um risco mal sucedido dificulte as oportunidades e o avanço de um membro da equipe.
- Processo de Aprendizagens Chave: Estabelecer um processo formal, não-acusatório para colher os principais aprendizados de riscos mal sucedidos. Distribuir estas lições aprendidas.
Acima de tudo, evitar que um conceito falho mate a motivação de sua equipe. A toda ideia deve ser dada resposta positiva, para cada falha deve ser estudado “o que deu errado”, e todo o sucesso deve receber recompensa adequada. Ao fornecer a sua equipe uma cultura de Inovação, as suas capacidades de tomada de risco vão melhorar. E, como foi o caso com o Sr. Edison, eles acabarão por ver a luz surgir de suas inovações de sucesso.
Por: Robert F. Brands | Tradução por: Filipe Costa
Sobre o Autor
Robert F. Brands é Presidente e fundador de Brands & Company, LLC. Com experiência em introduzir innovação para o mercado, criando e melhorando processos e cultura de desenvolvimento de produto, entregou “ao menos um novo produto por ano ao mercado” resultando em crescimento lucrativo e valor ao acionista em dois dígitos.
Robert é o fundador de Innovation Coach.com, ele é palestrante em inovação e autor de “Robert’s Rules of Innovation, a 10-Step Program for Corporate Survival” com Martin Kleinman publicado em Março, 2010 por Wiley. O livro contem ferramentas de avaliação, dicas, capítulos sobre a importância de Propriedade Intelectual e mais. Para mais informação sobre Inspirar & Iniciar ou demais imperativos por favor visite: RobertsRules of Innovation.com.