Sustentabilidade pode ainda não estar no topo da lista de prioridades de todos, mas aqueles que fazem ações verdes obtêm resultados, e grandes. Chris Sherwin, Diretor de Sustentabilidade da Seymourpowell, compartilha a sua reação a Fast Company 50, onde alguns inovadores de sustentabilidade agradavelmente surpreendentes poderiam ser encontrados entre os definidores de tendências.
Recentemente, fiquei desanimado ao ler que as inovações “verdes” representam menos de 3% das patentes registradas globas (uma medida do progresso da inovação). Então, a lista Fast Company das “50 empresas mais inovadoras” traz a leitura mais otimista de uma perspectiva de sustentabilidade. Descrito como o “guia anual das empresas que mais importam, aquelas cujas inovações estão tendo um impacto em suas indústrias e nossa cultura”, o Fast 50 é o lugar para verificar o pulso de ideias de empreendedorismo e inovação emergentes. Este ano tem um tom notadamente verde visto que várias empresas estão listadas por inovações verdes que mudam o jogo.
Primeiro, e com razão, na minha opinião, é a Patagonia, recompensada (No.14) por sua campanha de marketing agora famosa, pede aos consumidores para reduzir o consumo e “não comprar suas jaquetas a menos que você realmente precise muito”. Se você não se deparou com ela, veja como contra-intuitivamente, eles afirmam que esta estratégia tem levado a um aumento nas vendas nos EUA (através do aumento da participação de mercado e consumidores dispostos a pagar mais caro). Talvez o mais previsível seja Tesla Motors (13) destacada por seu trabalho de projetar veículos elétricos atraentes (eles estão prestes a lançar o seu Model S familiar ao mercado).
Menos familiares, e agradavelmente surpreendentes, são o número de start-ups de tecnologias verdes, limpas e éticas que compõem a lista: como SolarCity (10) – que está ampliando a escala de fotovoltaicos em tempos voláteis; Bug Agentes Biologicos (33) – que criou uma alternativa natural aos pesticidas agrícolas e Amyris (47) – que trabalha para aumentar os biocombustíveis; e também fiquei entusiasmado ao ver o reconhecimento do Recyclebank (39) – por seu grande trabalho em incentivar e premiar as escolhas e comportamentos sustentáveis. Minhas maiores surpresas no entanto, foram a inclusão de Airbnb (19) – a plataforma de consumo colaborativo combinando pessoas com quartos vagos com viajantes à procura de um lugar para ficar; e notavelmente The Occupy Movement (7) – ao proporcionar uma nova voz e um mecanismo para fazer campanha para a reforma econômica, equidade e justiça social.
O foco em inovação para a sustentabilidade não se resigna a “peixe pequeno”. Google, no. 3 na lista, tem uma reputação de longa data como inovador verde, através de melhorias progressivas de desempenho e eficiência somadas a seus investimentos musculares em energias renováveis nos últimos anos. Da mesma forma, a gigante de engenharia Seimens AG (22), viu que verde pode ser ouro e começou a virar as suas competências tecnológicas e manufatureiras para as oportunidades de coisas como Usinas de Produção Combinada de Calor e Energia, infra-estrutura de carregamento de veículos eléctricos, automação predial eficiente e fazendas eólicas.
Material encorajador e, certamente, um passo à frente até mesmo de anos anteriores, quando os inovadores de sustentabilidade poderiam ser encontrado em Fast Company 50, mas foram mais escassamente representados. É um bom indicador da crença amplamente difundida de que a sustentabilidade é um desafio e uma oportunidade para inovar do que qualquer coisa recentemente.
Eu me pergunto se vai chegar um dia em que a liderança em inovação só pode realmente ser atingida por algum nível de posição progressiva, em vez de defensiva, na sustentabilidade.
Minhas observações finais sobre a lista Fast 50 seriam em mão dupla: em primeiro lugar, ela é dominado por inovadores hi-tech e digitais, o que de certo, é onde grande parte da inovação excitante e veloz está, mas sugere um ligeiro viés voltado para tecnologia de Vale do Silício. A segunda observação é que, lendo a lista; uma postura progressiva sobre sustentabilidade não é necessariamente um pré-requisito para a liderança na inovação. Por exemplo, os top 10 contêm inovadores como o Facebook (2), Amazon (4), Twitter (6), que realmente não têm reputações como pioneiros de sustentabilidade. Esta ligeira contradição não é melhor expressa do que com a Apple no topo da lista (no. 1), o que certamente não seria refletido em listas de sustentabilidade (117º lugar no Green Ranking 2011 das 500 maiores empresas globais da Newsweek) ou nas visões de stakeholders recentemente. Eu me pergunto se vai chegar um dia em que a liderança em inovação só pode realmente ser atingida por algum nível de posição progressiva, em vez de defensiva, na sustentabilidade.
No entanto, a lista me deixou muito esperançoso e “de tirar o chapéu” para a Fast Company para algumas seleções inesperadas e inspiradoras. A OCDE defende uma onda de políticas de incentivo à inovação para enfrentar os desafios ambientais urgentes e potencialmente catastróficos que enfrentamos entre agora e 2050. Assim, se tratados corretamente, um futuro mais brilhante só poderia estar nas mãos desta geração de inovadores e empreendedores e sua capacidade de inovar nosso caminho para a saída do problema.
Por: Chris Sherwin | Tradução por: Filipe Costa
Sobre o Autor
Chris Sherwin é Diretor de Sustentabilidade da Seymourpowell, consultoria líder de design e inovação, onde trabalha em promover sustentabilidade através da inovação e novas formas de pensar. Chris tem 15 anos de experiência de trabalho em inovação ambiente e socialmente orientada com empresas como Akzo Nobel ICI Paints, PepsiCo, Unilever, P&G, Boots UK, O2, Tata Beverage Group, Interfaceflor etc. Antes da Seymourpowell, Chris ocupou cargos de inovação sustentável em principais assessores e think tanks Forum for the Future, e trabalhou na Philips Electronics e Electrolux. Ministrou aulas e apresentou esses assuntos e é doutor em “Ecodesign Inovador” pela Universidade de Cranfield.