Intra-empreendedorismo é vital a todas as organizações para prosperar no século 21 – igualmente importante para as grandes empresas, PMEs e empresas familiares. Existe uma receita comprovada, uma abordagem padrão para promover intra-empreendedorismo?

Este é o segundo de três artigos que exploram os temas abordados durante a próxima Conferência Intra-empreendedorismo 2014 (10-12 Dezembro 2014, Holanda): uma entrevista com Hela Chebbi, Mohamed Sellami e Kathleen Randerson da EDC Paris Business School e Sana Saidi, ESC Troyes Business School.

Para responder a esta pergunta, falamos com a Hela, Kathleen, Sana e Mohamed de EDC Business School Paris, para obter uma primeira visão dos resultados de seu projeto de pesquisa sobre “o passado, presente e futuro do intra-empreendedorismo”, que apresentará durante a Conferência Intra-empreendedorismo 2014.

Neste artigo, os profissionais compartilham os cinco principais fatores que influenciam o comportamento empreendedor de funcionários: estrutura, cultura e práticas de RH da organização, bem como os seus sistemas de gestão.

Independentemente de tamanho, indústria ou foco da organização, elas descobriram que esses fatores são considerados mais importantes para estimular o intra-empreendedorismo. Mas existe uma solução mágica para o intra-empreendedorismo? Não.

Intra-empreendedorismo provou o seu valor para todas as empresas abraçarem, mas, sobretudo, após um período de tentativa e erro.

Há um período de incubação ao intra-empreendedorismo, mas, ao mesmo tempo, não fazer isso não é mais uma opção.

Assim como nenhum dos empresários que estão inovando indústrias alcançou o sucesso da noite para o dia, Dan Thoma tinha razão ao afirmar que o caminho para o intra-empreendedorismo é uma estrada esburacada e às vezes solitária com um destino incerto – estar preparado para o pior e apontar para o melhor. Há um período de incubação ao intra-empreendedorismo, mas, ao mesmo tempo, não fazer isso não é mais uma opção.

O mínimo que podemos fazer é lhe oferecer uma bússola para navegar nesse cenário – aqui estão cinco factores a ter em mente quando embarcar em sua jornada intra-empreendedora.

Fator 1: Estrutura organizacional

Geralmente, para identificar os intra-empreendedores e apoiar as suas iniciativas, a empresa deve adotar uma estrutura plana, manter um alto nível de flexibilidade, coordenar ações por meio de projetos e preferir mecanismos de coordenação frouxas.

Da mesma forma, para inovar, as empresas devem concentrar os seus esforços na aproximação entre a gestão de topo e intra-empreendedores, como a Nespresso, que criou um modelo de incubadora de projetos de alto risco.

No entanto, o ecossistema criado pelo Google demonstra a existência e interesse de estruturas dinâmicas de apoio ao intra-empreendedorismo. Aqui, intra-empreendedores começam por desenvolver as suas ideias internamente antes de serem colocados em incubadoras de crescimento e lançamento. Estas iniciativas podem vir a ser compradas pelo Google.

Fator 2: Gestão

Sistemas de gestão influenciam os comportamentos empreendedores dos indivíduos na organização, por exemplo, a personalidade de líderes. Se o líder tolerar erros e admitir a existência de co-estrelas, futuros empresários são mais propensos a tomar iniciativas, tornando esses indivíduos mais fáceis de identificar e catalisar.

Se o líder tolerar erros e admitir a existência de co-estrelas, futuros empresários são mais propensos a tomar iniciativas, tornando esses indivíduos mais fáceis de identificar e catalisar.

Este compromisso da gestão em relação ao empreendedorismo organizacional deve ser explicitamente escrito em afirmações ou promulgada por meio de sistemas, como o intrapreneurship bootcamp da Alcatel Lucent em que funcionários apresentam as suas ideias inovadoras para o desenvolvimento ao longo de vários meses, com a participação da administração.

O planejamento estratégico também é importante. Um alto grau de planejamento estratégico pode limitar e reduzir as ligações entre os funcionários e as oportunidades tecnológicas, dificultando atitudes e iniciativas intra-empreendedoras. Mas, uma vez estabelecidas, as alavancas intra-empreendedoras (concorrência de inovação, forças-tarefa, bootcamp etc) tornam-se elas próprios planificadas. Por isso, a gestão tem um papel importante para equilibrar autonomia e planejamento.

Fator 3: Cultura

Empresas inovadoras geralmente têm valores empreendedores, como abraçar falhas, criatividade, confiança mútua, mentalidade aberta e comunicação. Por exemplo, o Google desenvolveu uma cultura baseada na inovação, ambigüidade e tomada de risco no Vale do Silício. Com base nestes valores, a empresa oferece 10-12 novos serviços por trimestre.

Fator 4: Recursos

Gerentes de nível médio podem capacitar funcionários motivados e criativos para mobilizar folga organizacional para apoiar iniciativas intra-empreendedoras. Os indivíduos podem alavancar mecanismos formais, como na 3M, onde o trabalhador que criou e desenvolveu o projeto “Post-it” recebeu recursos financeiros adicionais e 15% de seu tempo livre para fazê-lo.

Neste caso, a alocação desses recursos devem ser justos. Mas bootstrapping (mobilização de folga organizacional através de meios informais) também apóia iniciativas intra-empreendedoras.

Fator 5: Sistema de RH

Estudos mostram que os intra-empreendedores americanos são muitas vezes motivados por recompensas financeiras enquanto na Europa, a visibilidade do intra-empreendedor é mais importante.

Intra-empreendedorismo tem melhores chances de sucesso quando ele é baseado, em pelo menos três práticas:

  • Considere habilidades empreendedoras (e não apenas habilidades funcionais) no recrutamento.
  • Criar sistemas de recompensa “simbólicos” ou “financeiros”: O primeiro deve levar em conta o perfil do intra-empreendedor, a fim de evitar a sua frustração. Estudos mostram que os intra-empreendedores americanos são muitas vezes motivados por recompensas financeiras enquanto na Europa, a visibilidade do intra-empreendedor é mais importante. Caso da Xerox é frequentemente citado como um exemplo a não seguir, porque os gestores criaram o “Xerox / park device”, sem qualquer sistema de recompensa. Em 2002, a Xerox vendeu esta estrutura. Este fato levou os funcionários a criar 35 novas empresas, mas a Xerox não conseguia alavancar suas inovações.
  • Treinar e desenvolver os colaboradores para melhorar suas habilidades e sua capacidade de tomar iniciativas. Por exemplo, a Alcatel Lucent ajuda intra-empreendedores, oferecendo programas de treinamento intensivo dedicados ao desenvolvimento de planos de negócios.

Uma nota importante é que não devemos esquecer o ambiente da empresa. O nível tecnológico da indústria pode afetar o desenvolvimento de iniciativas internas, como é o caso do setor de telecomunicações.

France Telecom, por exemplo, criou novas divisões (Explocenter, Technocenter) para promover novas iniciativas internamente. A empresa de transporte canadense Bombardier teve que se adaptar às dificuldades econômicas globais e, como resultado, novas fábricas e oportunidades surgiram.

Não existe a tal solução mágica

Da diversidade de exemplos que encontramos na pesquisa, chegamos à conclusão de que não existe tal solução mágica para implementar um programa de intra-empreendedorismo bem sucedido.

Certos fatores, como as características intrínsecas do gerente ou a maturidade do mercado, são difíceis de mudar. Para outros, os gestores podem agir sobre cultura, comunicação e confiança empreendedora, sistemas de incentivos, a autonomia dada aos intra-empreendedores, a tolerância ao erro e o grau de planejamento estratégico.

Se você está apenas começando a abraçar uma cultura de intra-empreendedorismo, ou você está procurando maneiras de aumentar ainda mais o impacto dos seus programas intra-empreendedoras atuais, a Conferência Intra-empreendedorismo 2014 fornece tudo o que você precisa para se tornar a próxima história intra-empreendedora de sucesso.

Você fica com casos da vida real por intra-empreendedores, oficinas práticas sobre todos os aspectos relevantes do intra-empreendedorismo e um seleto grupo de gestores da inovação.

Assim, enquanto não podemos lhe oferecer uma solução mágica, estamos confiantes de que você vai ser inspirado para impulsionar seus resultados de inovação em 2015 e além, devido aos casos da vida real por intra-empreendedores, oficinas práticas sobre todos os aspectos relevantes do intra-empreendedorismo e um seleto grupo de gestores da inovação.

Junte seus colegas de líderes da indústria como a Philips, BBVA, Johnson & Johnson, Rabobank, a DSM e a Deutsche Telekom –  ccique aqui para mais informações e para se inscrever para a Conferência Intra-empreendedorismo 2014.

Por: Hans Balmaekers | Tradução por: Filipe Costa

 

Sobre o Autor

E se as pessoas se sentirem satisfeitas e engajadas no trabalho, e as organizações prosperarem tendo um impacto positivo no mundo? Como o fundador do sa.am and sparqz.co, Hans é impulsionado para transformar esta visão em realidade, através do apoio a indivíduos a se tornarem intra-empreendedores e empresas a abraçar uma cultura intra-empreendedora. Além disso, por causa de sua paixão pelo intra-empreendedorismo, Hans é co-organizador da Conferência Intra-empreendedorismo 2014 – a principal conferência global em torno de “a melhor receita para a inovação”.

A Conferência Intra-empreendedorismo

Com a inovação sendo a prioridade número 1 para todas as empresas, muitas organizações inovadoras acreditam que “Intra-empreendedorismo” é o motor mais potente para a inovação e o crescimento.

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