Para compreender as condições em torno da inovação na América Latina em detalhes, INSITUM realizou um estudo qualitativo e quantitativo, com mais de 300 das maiores organizações latino-americanas. O estudo trouxe à luz muitos dos contextos, barreiras, necessidades e resultados em torno da inovação em organizações latino-americanas. Este artigo explora alguns dos resultados e oferece um download gratuito do relatório completo.

A América Latina é uma das regiões mais dinâmicas e de mais rápido crescimento no mundo, embora nem todas as empresas estejam preparadas para tirar proveito disso. Empresas que entendem de forma proativa seu contexto e inovam de acordo ficarão sempre à frente daquelas que apenas reagem a mercados precários e em mudança. Temos visto algumas organizações abraçarem a inovação, embora muitas outras ainda ficam atrás nessa empreitada. Nos próximos anos, acreditamos que mais empresas vão intensificar a sua capacidade e tirar proveito dos frutos que a inovação pode proporcionar.

Inovação tornou-se um chavão

Seu significado é ambíguo. O uso excessivo cria confusão que pode frustrar o seu propósito como um objetivo declarado. Na América Latina, a mídia está utilizando o termo mais do que nunca, consultores aplicam definições diferentes, ele é muitas vezes incompreendido e as empresas não o usam como uma ferramenta de marketing eficaz. Precisamos de clareza.

Realizamos 25 entrevistas presenciais e uma pesquisa online com mais de 300 pessoas em média e alta gerência de empresas líderes (vendas de US$ 50 milhões por ano), em cinco países e 20 setores diferentes. Acreditamos que este é o estudo mais completo até hoje do estado da inovação em organizações latino-americanas.

América Latina está convencida de que a inovação é importante… agora está lentamente aprendendo a fazer acontecer.

O relatório explora quatro questões-chave:

  • Como a inovação está sendo implementada e utilizada dentro da organização?
  • Que tipos de projetos, recursos e investimentos as organizações vêem que mais beneficiam com a inovação?
  • Quais são os obstáculos à inovação dentro da organização? Quais são as motivações para fazê-la funcionar?
  • Qual é o nível de “especialização” e preparação das organizações para liderar e implementar iniciativas de inovação?

Qual é o estado da inovação e os desafios para os países latino-americanos?

Os países da América Latina sofreram por mais de 500 anos de flutuações e desigualdades regionais enquanto alguns na região são abençoados (petróleo da Venezuela e cobre do Chile; proximidade do México com os EUA), enquanto outros estão em crise política e financeira, como Argentina e Venezuela estão agora.

Enquanto a maioria dos nossos países compartilham uma herança comum, idiossincrasias culturais individuais são bastante diversificadas. Por exemplo, em geral os brasileiros se sentem muito mais otimistas, têm maior auto-estima e são menos tolerantes com a corrupção. Os mexicanos, por contraste, são pessimistas, têm menor auto-estima e se sentem cínicos sobre corrupção. As políticas econômicas em toda a América Latina também variam muito, de abertas a completamente fechadas – e tudo no intervalo.

Em termos de organizações, há uma mistura de conglomerados regionais que se tornaram multinacionais (agora chamados de “Multilatinas”), parcerias multinacionais e locais, e, recentemente, novos entrantes multinacionais que exploram a região pela primeira vez. Condições são favoráveis ​​para a inovação amadurecer, mas isso vai acontecer de forma diferente do que em outras partes do mundo. Infelizmente, há muito pouco conhecimento ou valorização sobre a inovação dentro de grandes organizações latino-americanas, e a maioria dos estudos de inovação globais (p.ex. BCG, PwC, IBM) consideram apenas alguns países da região, quando consideram. Alguns desses estudos consideram apenas a visão do CEO, quando na realidade a visão do CEO pode variar muito da equipe de gestão. INSITUM é uma empresa líder de consultoria de inovação na América Latina. Sua missão é ajudar as empresas líderes da região se tornarem mais competitivas, promovendo a inovação centrada no usuário.

O estudo fornecerá informação detalhada sobre como as empresas estão implementando esforços de inovação dentro de suas organizações. Acreditamos que essas ideias ajudarão outras empresas latino-americanas a se tornarem melhores inovadoras. Se a inovação é a chave para a sua organização, este estudo é fundamental para você.

Alguns dos destaques do que encontramos incluem:

Empresas adotam o conceito de inovação ampla e abertamente, mas ainda há muito a fazer em termos de execução de esforços de inovação de forma eficiente, com resultados tangíveis. A falta de uma cultura de inovação e uma falta de “experiência” para permitir que processos se tornem capacidades e implementação flua suavemente são alguns dos principais obstáculos que impedem o desenvolvimento da capacidade de inovação na região.

A maioria das empresas já está convencida sobre os benefícios da inovação e está migrando do que poderíamos chamar de uma Fase 0 (Por que inovação?) para uma Fase 1 (Como implementar a inovação?). Isto traz consigo outro conjunto de desafios, oportunidades e frustrações conforme as empresas mudam suas engrenagens de “pensar” para “fazer”.

As empresas multinacionais com subsidiárias na América Latina parecem estar muito à frente do local ‘Multilatinas’ na adaptação de processos e métodos de inovação dentro de suas organizações. Ambos os tipos de empresas ainda estão hesitantes em investir recursos adequados para os esforços de inovação, resultando na busca de formas “imaginativas” para angariar os recursos necessários, como a redistribuição de recursos de outras áreas (de pesquisa de mercado, publicidade ou formação) para apoiar, complementar ou iniciar esforços de inovação.

A principal prioridade dentro das organizações é a necessidade de desenvolver capacidades, processos de trabalho e ferramentas de inovação internos, e desenvolver uma cultura de inovação de longo prazo que seja mais aberta a experimentar novas ideias, independentemente se elas funcionam ou não.

Trabalhar para uma empresa inovadora, tem um “efeito de halo” sobre funcionários e candidatos; por esta razão, trabalhar por organizações inovadoras torna-se a chave para atrair e reter talentos, muitas vezes nos mercados de trabalho escassos ou altamente competitivos.

Muitas áreas nas organizações parecem abraçar iniciativas de inovação. Marketing parece ser a causa mais ativa por: 1) seu foco obsessivo em “insights do cliente” e 2) líderes de marketing atuais frequentemente têm a responsabilidade pela concepção de produto, serviço ou experiência do cliente, enquanto, no passado, eles podiam se concentrar mais em esforços de branding, comunicação e promoção.

Os resultados da pesquisa de inovação deste ano mostram que há um ponto de vista positivo e excitação em torno da inovação, mas a América Latina ainda tem de criar as condições adequadas para que ela seja amplamente apoiada e executada. Especificamente, as empresas devem encontrar maneiras de permitir às culturas de inovação coexistir dentro das culturas com aversão ao risco da gestão típica, e desenvolver mais conhecimentos em torno de estratégias, processos e ferramentas de inovação. Parece que estamos no caminho certo, mas, a fim de melhorar a capacidade de inovação e competitividade das organizações latino-americanas, precisamos multiplicar o crescimento dessas capacidades.

Para ver o relatório completo em:

Por: Luis Arnal | Tradução por: Filipe Costa

Sobre o Autor

 

Luis é Presidente e Fundador da INSITUM, empresa líder de consultoria de inovação na América Latina e atualmente é responsável pelo crescimento global da empresa. INSITUM ajuda as maiores empresas do mundo a criar uma cultura de inovação por vislumbrar novos produtos, desenvolver novos serviços, projetar melhores experiências ao cliente e elaborar melhores estratégias. INSITUM tem mais de 100 funcionários e escritórios no México, Brasil, Colômbia, Argentina, Peru e Estados Unidos.

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