Lance sua mente de volta para a época pré-2008, quando graduados brilhantes saíam da escola de negócios à procura de cargos em empregadores relevantes. Geralmente, essas organizações eram grandes empresas, oferecendo incentivos como jantares caros, planos de carreira progressivos e pacotes financeiros generosos.

Bem, muita coisa mudou desde então, e um dos benefícios gerados a partir da grande recessão tem sido a explosão de atividade empreendedora em todos os setores da economia. Isto é uma mudança de negócios e social, gerando incrível riqueza e transformando empreendedores de sucesso nas estrelas de rock de seu tempo. Converse com qualquer formando de escola de negócios nos dias de hoje e o que eles querem é utilizar ativamente as suas novas habilidades para criar valor, em uma cultura em rápido movimento, com impacto social positivo mais amplo. A dura realidade é que eles não vêem grandes organizações oferecendo essas oportunidades.

Claro, isso constitui um desafio para as grandes organizações, uma vez que todas querem ser inovadoras, mas lutam para ajustar-se às necessidades do negócio e dos seus trabalhadores neste novo ambiente. Indiquei os desejos de novos graduados, mas esse espírito empreendedor é relevante para empregados em praticamente todos os níveis dentro de uma organização. O gênio saiu da lâmpada.

Em resposta, o conceito de “Intraempreendedor” brotou dentro da comunidade de inovação, como uma maneira para as grandes organizações de amparar e engajar os funcionários que querem flexionar seu músculo empreendedor de forma a gerar valor de negócio para a empresa. Líderes de funções Corporativas, Recursos Humanos, P&D e Inovação estão buscando ativamente este conceito e abordagem.

A dura realidade é que recém graduados não vêem grandes organizações oferecendo a carreira empreendedora que eles desejam.

Então, antes de proceder, deixe-me descrever o que o termo “Intraempreendedor” significa.

Para mim (o pensamento entre os líderes de inovação é bastante consistente aqui) eles são empregados que são encorajados a gerar e desenvolver novas ideias dentro do contexto e da estrutura de uma organização corporativa existente. A ideia é levar uma mentalidade e abordagem empreendedora, utilizando-a dentro de uma empresa maior.

Conceitualmente, a definição é simples, mas ao falar com as empresas e pensar sobre esta área de interesse, vejo diferentes abordagens para criar e apoiar Intraempreendedores dentro das organizações:

  • Consultor intraempreendedor: Algumas organizações optam por desenvolver equipes de consultoria internas que são cobradas com a geração e implantação de novas ideias como uma função em tempo integral. Os membros dessas equipes podem possuir o desenvolvimento de ideias em vários pontos ou ao longo de todo o processo de desenvolvimento.
    • Prós: Pode ser uma ótima maneira de ter a execução focada em um número limitado de ideias-chave.
    • Contras: Pode ser um modelo caro de manter e benefícios culturais destes funcionários não são aproveitados de forma mais ampla em toda a organização. Propriedade por unidades de negócio, no momento do lançamento / entrega, pode ser um desafio.
  • Intraempreendedor como uma oportunidade de desenvolvimento: Neste modelo funcionários-chave têm a oportunidade de trabalhar em ideias por um período de tempo, mas, em seguida, voltam para seus papéis existentes. Existem algumas maneiras diferentes que esta abordagem pode funcionar, incluindo o posicionamento de intraempreendedores como parte de um programa de desenvolvimento de alto potencial / liderança ou membros de uma incubadora corporativa.
    • Prós: Pode muitas vezes ser facilmente integrado em um programa de desenvolvimento de liderança ou alto potencial existente.
    • Contras: Funcionários são muitas vezes insatisfeitos em voltar às suas antigas funções do dia-a-dia.
  • Intraempreendedor como proprietário: Esta abordagem na maioria das vezes ocorre quando os empreendedores são introduzidos em organizações maiores, através de empreendimentos corporativos (corporate venture). Esses empreendedores depois mudam para serem intraempreendedores dentro do contexto da organização corporativa.
    • Prós: Estes são indivíduos caros com experiência no mundo real que é claramente valiosa para uma grande entidade corporativa. Fornecer abordagens ativas para apoiar, engajar e impulsionar valor adicional a partir desses indivíduos torna-se um poderoso incentivo para a ação.
    • Contras: Essas pessoas com frequência fazem grande esforço para encontrar a sua posição em grandes organizações (eles começaram como empreendedores por um motivo) e assim mantê-los dentro de uma organização de grande porte pode ser um desafio.
  • Redes de intraempreendedores: Muitas organizações constróem e apóiam redes de funcionários de perfil intraempreendedor. Como parte desses esforços esses indivíduos são treinados com novas técnicas, conectados com indivíduos de perfis similares e recebem a oportunidade de trabalhar em novas ideias, frequentemente como uma extensão de suas funções do dia-a-dia. Já escrevi sobre este modelo em outras ocasiões
    • Prós: Alavanca habilidades em uma organização, envolve uma gama de colaboradores, posiciona os principais funcionários para atuar como catalisadores para mudança de comportamento mais ampla dentro de uma organização, leva a mudança cultural a longo prazo.
    • Contras: Requer um alto grau de comprometimento da liderança, pode exigir mais recursos para manter e acompanhar o sucesso.

Esta é, obviamente, uma visão geral sobre os vários modelos e abordagens para apoiar intraempreendedores dentro de organizações corporativas estabalecidas. Em artigos futuros, aprofundarei mais esses modelos.

Para mim, a abordagem em torno de redes de intraempreendedores é a que impulsiona impacto e ROI mais duradouros para as organizações, mas é claro que as circunstâncias e necessidades específicas das empresas precisam ser consideradas.

No meu próximo artigo, focarei em alguns dos mais amplos benefícios de intraempreendedores e também em algumas ações e medidas que as organizações podem tomar para apoiar estes indivíduos.

Por: Anthony Ferrier | Tradução por: Filipe Costa

Sobre o Autor

 

Anthony é CEO da Culturevate, que capacita os funcionários para executar ideias e inspirar uma cultura de inovação, através de redes de funcionários, portais de recursos e programas de treinamento. Anthony é um autor muito lido (www.culturevateinc.com), palestrante e conselheiro de líderes da indústria em empresas como a Pfizer, U.S. Postal Service, Johnson & Johnson, ADP e Fidelity. Ele liderou o programa de inovação BNY Mellon e tem Masters of Commerce (Universidade de Sydney) e Bacharel em Economia (Universidade de Newcastle).

Série de Artigos

Alimentando o Espírito Empreendedor de Seus Funcionários

Parte I: Nova Abordagem para Intraempreendedores e o Valor Criado por Eles (Atual)

Parte II: Apoiando Seus Funcionários Intraempreendedores

Parte III: Casos de Estudo e Sucesso de Intra-empreendedor (Próximo!)

Imagem: Change Career Directions por Shutterstock.com